Hipnoterapia
O que é
A Hipnose é um estado de consciência expansiva no qual os poderosos recursos internos e o conhecimento que adquirimos durante toda a vida, e que usamos de forma inconsciente, tornam-se de repente disponíveis.
Em Hipnoterapia esses recursos podem ser “reprogramados” e direccionados para o equilíbrio e subsequente recuperação das mais diversas síndromes e patologias dos doentes.
Segundo o pai da Hipnose Moderna, Milton Erickson, o processo de transe hipnótico é um estado livre e expansivo da consciência no qual a individualidade de cada Ser Humano pode florescer para melhores e mais saudáveis caminhos de cura.
Indicações
A Hipnose revela-se uma excelente ferramenta no tratamento de diversas perturbações e/ou patologias do foro psíquico, de entre as quais se salientam: perturbações do comportamento, dificuldades de aprendizagem, hábitos disfuncionais (hábitos e tiques), ansiedade, depressão, pânico, gestão de stress, medos e fobias (social ou específica), timidez, frigidez, distúrbios sexuais, adições, perturbações alimentares (anorexia e bulimia), perdas, luto e melancolia, stress pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, problemas dermatológicos, auto-estima, problemas de memória, gaguez, medo de falar em público, distúrbios do sono.
Também como complemento a outros métodos de intervenção, a Hipnose tem-se manifestado uma mais-valia: no controlo da dor; doenças psicossomáticas; e doenças neurodegenerativas.
Pode ser utilizada com crianças, dos 7 aos 12 anos, sensivelmente; jovens com idade superior a 18 anos; e adultos. Contudo, a hipnoterapia também apresenta algumas limitações, não sendo adequado o uso da hipnose em pacientes com epilepsia, com perturbações psicóticas e/ou esquizofrenia. Pacientes com este tipo de sintomatologia não devem recorrer à hipnose pois poderia exacerbar os seus sintomas.
Intervenção
O processo terapêutico inicia-se com uma boa anamnese (recolha da história do paciente), instrumento fundamental para definir a linha de intervenção que se seguirá. A partir da 2ª sessão, é induzido o transe hipnótico que permitirá ao paciente entrar num sono hipnótico (estado diametralmente oposto ao sono biológico) que permitirá ao terapeuta utilizar determinadas técnicas visando promover saudáveis mudanças na mente inconsciente do paciente.
É importante salientar que, durante todo o processo hipnótico, o paciente mantem uma escuta ativa, tendo consciência de tudo aquilo que diz ou faz, bem como daquilo que lhe é sugerido, o que lhe permite recordar-se dos pormenores de cada sessão, no final da mesma.
Duração de Tratamento
Cada sessão tem uma duração aproximada de 1:15h/1:30h. De modo a manter o efeito residual da hipnose, aconselha-se a que as sessões tenham uma frequência semanal ou quinzenal.
Mitos e Preconceitos sobre Hipnose
- Uma pessoa pode ser hipnotizada sem sua permissão? Não! É preciso (e crucial) obter a concordância do indivíduo que vai ser hipnotizado, para que o fenómeno hipnótico aconteça.
- Durante a hipnose a pessoa perde a lucidez ou a consciência? Não! O transe hipnótico é caracterizado por um profundo estado de relaxamento onde o indivíduo mantém sempre a lucidez, a consciência e o seu livre-arbítrio.
- Uma pessoa em transe revela os seus segredos involuntariamente? Não! A hipnose não é amnésia, é hiperamnésia. O indivíduo hipnotizado só fala se quiser, revelando apenas aquilo que a mente inconsciente mostra ser relevante para a sua cura.
- Todas as pessoas são sugestionáveis à hipnose? Não! Segundo as últimas investigações, cerca de 10% da população portuguesa não é hipnotizável (por mecanismos próprios de defesa podendo, no entanto, ser treinados a fazê-lo). Todavia, algumas pessoas que padecem de perturbações psíquicas graves não podem ser hipnotizados (ex. POC's, Psicopatas, Portadores de Doença de Alzheimer, Bipolares na fase de mania, lobotomizados do córtex frontal, entre outros).
- O hipnotizador (facilitador) pode controlar o desejo do consulente? Não! O indivíduo em transe é sempre protegido pelo seu inconsciente. Quando uma sugestão entra em conflito com os interesses vitais e/ou crenças da pessoa, automaticamente ela vai oferecer resistência podendo, inclusive, sair do estado de transe.
- A pessoa em transe pode não voltar a despertar? Não! O «sono» hipnótico converte-se facilmente em sono biológico, e isso é o máximo que pode acontecer, sendo que o indivíduo acordará posteriormente de forma natural, como se tivesse dormido uma sesta.
- A hipnose é um estágio semelhante ao sono? Não! A hipnose não é sono. Embora existam algumas semelhanças, o transe é um estado diametralmente oposto ao sono.
- Todas as pessoas que entram em transe fazem regressão? Não! A regressão (hipnoanálise) não é hipnose, mas sim uma técnica que pode ser potenciada pelos diversos estágios hipnóticos.
- Existem perigos com o uso da hipnose? Sim! O principal perigo é a utilização indevida por pessoas não habilitadas para o efeito. A hipnose é uma técnica que trabalha com a mente humana no seu estado mais puro, o inconsciente. Como tal, é crucial que o(a) facilitador(a) esteja habilitado e devidamente certificado para agir com parcimónia e profissionalismo, permitindo lembrar-se constantemente que está a cuidar de um «diamante no seu estado bruto».